Megalomaniaca
Jake e eu
Estive trabalhando no Alaska no último ano. .lá , apesar da temperatura sempre desconfortável , existem pessoas de coração quente. Meus dias eram normais e de muito trabalho , sempre bastante pesado.Sempre via os capitães dos navios mais famosos do lugar. A pesca de caranguejo das neves dá muito dinheiro. Foi no meu trabalho que conheci o capitão Phil harris , que foi vender as muitas toneladas aomeu patrão , Sr. Jones.Realmente émuito dinheiro roalndo ali...
Sempre conversava com meu patrão sobre esse trabalho perigoso no Estreito De Bering. Ele me contava tudo sobre as historias dos homens que encaravam isso . Histórias de homens que perderam suas vidas e histórias de muita união. Eu que saí do Brasil com um ingles regular, me limitava a responder somente o que me perguntavam.
Meu trabalho se resumia em não somente ajudar na parte burocrática do negocio, de início fui contratada para o trabalho , digamos, pesado. Comecei no carregamento e assim fiquei há oito meses. O trabalho duro me ajudava a esquentar o corpo. Arrumei bons amigos e parceiros. O bom de trabalhar com um lugar de muito movimento durante o dia é que , as pessoas estão sempre te observando. O que me fez ganhar mais pontos é o fato de não fala rmuito o ingles e isso me fazia ter a fama de calada. O contrato de trabalho nãoexigia ingles avançado. Voltando as observações diárias , não entendia os diálogos que o meu patrão tinha com os capitães dos navios...Uma dessas conversas , hoje sei , me deu o emprego que tenho hoje. Pescadora Mortal...
O capitão Phil sempre vinha e entregava os caranguejos echamou me pra perguntar que eu pensava sobre o seu trabalho Disse me que eu estava fazendo um bom trabalho no descarregamento. Aproveitou a minha grande curiosidade sobre suas vidas no mar - como ele sabia -para perguntar o que eu pensava sobre o seu trabalho , mais ou menos assim :
- What do you think about to work here in this cold place , Dutch Harbor?
Eu respondi :
-I came to Alaska cuz I know that one day , i gonna work in your ship, Captain Harris...
Meu chefe arregalou os olhos e sorriu sem graça tamanha petulancia minha...O capitão de súbito riu e disse ...:
-This girl promises here...
Aquela feiçao de bochechas rosadas iluminou minha esperança . Soube que naquele momento ele me convocarisa para trabalhar no Cornelia Marie.
-Dont you wanna go with me on a season on Cornelia ??You works hard and got so much job to you in my ship ...
Senti os olhos de consentimento do meu patrão na hora que olhei para ele . Na próxima semana eu estaria embarcando como a nova cozinheira do navio. Antes disso , tive a ultima conversa com o capitão que me deu as coordenadas.Primeiramente cozinheira , depois mais pra frente, marinheira...
O dia D chegou em uma gelada( pra variar), sexta feira. Eles estavam embarcando e o capitão Harris pedeiu que seu filho , Jake, fosse me chamar.No fundo , ele não acreditava que eu iria mesmo , que eu tivesse coragem ...
Quando a porta se abriu , estava colocando a ultima barrinha de cereais na mochila e virei me para quem entrara na loja . Será que era quem eu esperava . Não , era melhor do que isso.
Humildemente, , Jake , o filho mais novo do capitão, veio em minha direção e perguntou:
-Meu pai perguntou se voce está pronta , é voce a nova cozinheira não é mesmo ???
-Anna, prazer em conhece lo , Jake ...Tirei minhas tres malas detrás do balcão e ele , desacreditado , ficou olhando pra minha cara sem dizer nada .
- Vamos, estou pronta ...
Jake ajudou me com a bagagem enquanto eu me despedia do patrão que já não era mais meu ...Fomos então para o barco conversando pouco pelo caminho... continua.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Amores e desertos...
Eu tenho um amor e decidi escrever sobre ele. O nome dele eu não digo,mas o que posso dizer é que há oito , nove meses, o vi pela primeira vez. Foi um momento magico onde eu, que sem esperança alguma, olhei aqueles olhos...Sem um dialogo qualquer, até hoje eu alimento esse amor. A primeira vista e com certeza mais forte a cada dia.
Ele é um rapaz extremamente reservado e tímido e ainda assim, consegue sobressair em meio a otods os outros. Moreno , magro, olhos tristes castanhos, sorriso tímido lindo quando aparece. Ele tem um dos maiores dons que existem em todo universo . É pianista. Ele é musica. Descobri que estava amando quando cheguei certo dia na igreja e como que surda uma nota de seu teclado me fez levantar os olhos e procurar por ele .Naquela hora eu soube que era o som que faltava na musica da minha vida. Era a musica que me alegraria durante a semana se ecoasse todos os domingos de manhã.E foi por isso que decidi esrever o seguinte bilhete:
Voce é a musica que invade o meu silencio...
Não que o silencio seja ruim, é como se todos os problemas tivessem fim quando eu via aquele rosto.E quando euo ouvia tocar. Se eu passava mais de uma semana sem ve lo k, faltava morrer. Deus me tem dado forças, me tem posto em um deserto. Como assim , voce que le se pergunta , com razão , Deus tem te posto em um deserto???Sim, ama lo é como estar em um deserto, onde eu ando , ando e ando mas não encontro nada. É como se eu estivesse atrás de uma Coca Cola . No momento , sempre digo que não quero ninguém, se não for ele . Somente os amantes entendem essa máxima porque até que umdia eu acorde e tenha esquecido completamente . Imagina se voce chega em um lugar e ve seu querido estrategicamente posicionado pra se defender do ``ataque ``das pessoas. Agora imaginequando voce se proximaa pessoa simplesmente foge. E foi pro carro.
A primeira hipotese que levantei é que segundo a minha baixissima auto estima, ficou mais claro que ele não quer nada comigo e é pra eu desistir. A segunda hipótese é que ,segundo uma amiga é que teve vergonha de mim e foi embora se esconder , até bem depois qe eu tinha ido embora...
Eu tenho um amor e decidi escrever sobre ele. O nome dele eu não digo,mas o que posso dizer é que há oito , nove meses, o vi pela primeira vez. Foi um momento magico onde eu, que sem esperança alguma, olhei aqueles olhos...Sem um dialogo qualquer, até hoje eu alimento esse amor. A primeira vista e com certeza mais forte a cada dia.
Ele é um rapaz extremamente reservado e tímido e ainda assim, consegue sobressair em meio a otods os outros. Moreno , magro, olhos tristes castanhos, sorriso tímido lindo quando aparece. Ele tem um dos maiores dons que existem em todo universo . É pianista. Ele é musica. Descobri que estava amando quando cheguei certo dia na igreja e como que surda uma nota de seu teclado me fez levantar os olhos e procurar por ele .Naquela hora eu soube que era o som que faltava na musica da minha vida. Era a musica que me alegraria durante a semana se ecoasse todos os domingos de manhã.E foi por isso que decidi esrever o seguinte bilhete:
Voce é a musica que invade o meu silencio...
Não que o silencio seja ruim, é como se todos os problemas tivessem fim quando eu via aquele rosto.E quando euo ouvia tocar. Se eu passava mais de uma semana sem ve lo k, faltava morrer. Deus me tem dado forças, me tem posto em um deserto. Como assim , voce que le se pergunta , com razão , Deus tem te posto em um deserto???Sim, ama lo é como estar em um deserto, onde eu ando , ando e ando mas não encontro nada. É como se eu estivesse atrás de uma Coca Cola . No momento , sempre digo que não quero ninguém, se não for ele . Somente os amantes entendem essa máxima porque até que umdia eu acorde e tenha esquecido completamente . Imagina se voce chega em um lugar e ve seu querido estrategicamente posicionado pra se defender do ``ataque ``das pessoas. Agora imaginequando voce se proximaa pessoa simplesmente foge. E foi pro carro.
A primeira hipotese que levantei é que segundo a minha baixissima auto estima, ficou mais claro que ele não quer nada comigo e é pra eu desistir. A segunda hipótese é que ,segundo uma amiga é que teve vergonha de mim e foi embora se esconder , até bem depois qe eu tinha ido embora...
terça-feira, 5 de maio de 2009
PEIXES(20 de Fevereiro - 20 de Março) Peixes se mexe como peixe na água do mar confuso dos sentimentos. A metáfora é perfeita porque se representa no Zodíaco precisamente com dois peixes que nadam em direções contrárias. Fora desse âmbito sentimental, está perdido. Peixes é uma pessoa que não toca de pés na terra, como se estivesse o dia todo ausente, submerso em meditações que nem ele mesmo poderia explicar.Introvertido e contraditório, não é nada simples ser nativo deste signo, especialmente quando se trata de assuntos de amor. Em suas relações amorosas, o doce e bondoso Peixes quer encontrar estímulos emocionais que preencham seu mundo. É algo assim como "alimentar-se", proporciona combustível ao centro da sua energia que nele se encontra precisamente nos sentimentos profundos. Como necessita vitalmente os sentimentos, Peixes é uma pessoa que vive se apaixonando e parece estar perpetuamente ouvindo a suave música dos violinos. Não é exigente com seu companheiro no que se refere a caráter, idéias ou forma de vida porque o que de verdade lhe interessa é o muito ou pouco que seu amante se envolva na relação que os une.Como um camaleão, Peixes pode adaptar-se às personalidades mais variadas, seja a um egocêntrico Leonino, um independente Aquariano ou um possesivo Touro, e é normal que adquira os gostos ou interesses do seu companheiro. Além de se apaixonar até a cabeça dessa pessoa, absorve tudo o que é e faz essa pessoa. É uma das suas formas, ainda seja inconsciente, de render admiração e lhe falar que a compreende.Peixes tem uma grande tendência a se apaixonar por pessoas extrovertidas e extravagantes que lhe trata sem consideração e, em lugar de revelar-se e ir embora, permanecem fiéis a essa relação que colocam no centro de suas vidas. - sem explicação para todo aquele que não seja Peixes, claro - Nos seus amores mais que quantidade pede qualidade, ou seja, que a experiência que tenha seja forte emocionalmente. Também entende que o amor como abnegação e entrega. Compassivo, compreensivo e doce, Peixes sempre está disposto a amparar os que lhe necessitam, mas pede ao seu amante que jogue o papel de protetor. Como é um signo que está submetido a fortes tensões emocionais, Peixes pode ter problemas graves e desarrolhar um forte instinto auto-destrutivo que pode se manifestar através de uma adição às drogas ou o álcool. Como é um romântico empedernido, quando se apaixona é um espetáculo de luz, cor e som. É como se todos seus sentidos acordassem e é capaz de dançar uma valsa ouvindo uma música imaginaria na metade do corredor do metrô. Quando o amor começa, Peixes o "nina" com toda sua sensibilidade, imaginação e encanto de que é capaz. É um amante estimulante, que parece conhecer todos os jogos amorosos de cama possíveis ou ser capaz de inventar os que não conhece.
Virgem (24 de Agosto - 23 de Setembro)
Afetivamente, Virgem tem limites precisos. É uma pessoa que desperta a curiosidade porque é inteligente, difícil e reservado e esse fechamento em si mesmo faz pensar que esconde uma alma atormentada e romântica. Há algo disso, porque no fundo Virgem sofre por não poder lançar-se de cabeça nas questões do amor. Esse mundo da paixão e do sentimento é algo totalmentedesconhecido para ele e sua reserva, seu realismo, sua prudência natas, lhe levam a desconfiar do que poderia suceder se ele se abandonasse aos incertos desígnios amorosos. Essa desconfiança do mundo exterior e sua necessidade de calor humano fazem que se aproxime timidamente as pessoas que estão perto dele. Se sente mais confortável fazendo amigos que cortejando e é muito difícil que se apaixone num primeiro olhar. Só um romance tórrido com uma pessoa com muita energia e compreensão conseguiria fundir o gelo dos seussentimentos, mais adormecidos que inexistentes.É quase impossível que Virgem encare o amor como um rapto, uma paixão violenta.É muito sensual, com uma sensualidade que pode atuar em frio, por pura necessidade fisiológica. Seu caráter metódico, esquivo, obsessivo com os detalhes e sua dedicação ao trabalho, deixam pouco tempo para as aventurasamorosas nas que se verá envolvido por decisões de outro. Como é um amante da perfeição, gosta de admirar a pessoa amada, falar para si mesmo que é perfeita, ou quase .Seus amores acontecem quase sempre com outros signos de terra (Touro e Capricórnio) porque os de Fogo não entendem sua paciência e insistência em fazer as coisas como é devido, por outro lado os de Ar ficam nervosos com aforma de virgem levar tudo a serio. Também os de Água, por serem compreensivos, se dão bem com virgem nas questões amorosas. O melhor que pode acontecer a Virgem no amor é que orelacionamento com seu parceiro tenha um certo teor de superficialidade. Isto é porque quando Virgem se envolve de verdade nos seus sentimentos para com outra pessoa, concentra sobre ela sua capacidade crítica e, em um níveltão íntimo, isso tem resultados destrutivos para o relacionamento amoroso. O melhor para ele e para quem está ao seu lado é que se coloque o casamento ou a relação como uma amizade com objetivos comuns.Virgem sucumbe invariavelmente ante uma pessoa que lhe peça proteção e cuidados, o que oferece em grandes doses pedindo em troca só uma vida ordenada. Exige lealdade, não se importa se não existe demasiado ardor, maissim afeto e carinho, e por sua parte, sempre é fiel.Leva a sério o casamento e jamais ele termina o relacionamento.É muito provável que o amor surpreenda Virgem no lugar de trabalho, ao que se dedica em corpo e alma e admira os que o fazem.Como sabe muito bem o que quer e como o quer, seu lar será um reflexo dessa forma sua de ser que tanto o define: será uma casa prática, confortável, bem organizada onde nada precisará de utilidade.
Afetivamente, Virgem tem limites precisos. É uma pessoa que desperta a curiosidade porque é inteligente, difícil e reservado e esse fechamento em si mesmo faz pensar que esconde uma alma atormentada e romântica. Há algo disso, porque no fundo Virgem sofre por não poder lançar-se de cabeça nas questões do amor. Esse mundo da paixão e do sentimento é algo totalmentedesconhecido para ele e sua reserva, seu realismo, sua prudência natas, lhe levam a desconfiar do que poderia suceder se ele se abandonasse aos incertos desígnios amorosos. Essa desconfiança do mundo exterior e sua necessidade de calor humano fazem que se aproxime timidamente as pessoas que estão perto dele. Se sente mais confortável fazendo amigos que cortejando e é muito difícil que se apaixone num primeiro olhar. Só um romance tórrido com uma pessoa com muita energia e compreensão conseguiria fundir o gelo dos seussentimentos, mais adormecidos que inexistentes.É quase impossível que Virgem encare o amor como um rapto, uma paixão violenta.É muito sensual, com uma sensualidade que pode atuar em frio, por pura necessidade fisiológica. Seu caráter metódico, esquivo, obsessivo com os detalhes e sua dedicação ao trabalho, deixam pouco tempo para as aventurasamorosas nas que se verá envolvido por decisões de outro. Como é um amante da perfeição, gosta de admirar a pessoa amada, falar para si mesmo que é perfeita, ou quase .Seus amores acontecem quase sempre com outros signos de terra (Touro e Capricórnio) porque os de Fogo não entendem sua paciência e insistência em fazer as coisas como é devido, por outro lado os de Ar ficam nervosos com aforma de virgem levar tudo a serio. Também os de Água, por serem compreensivos, se dão bem com virgem nas questões amorosas. O melhor que pode acontecer a Virgem no amor é que orelacionamento com seu parceiro tenha um certo teor de superficialidade. Isto é porque quando Virgem se envolve de verdade nos seus sentimentos para com outra pessoa, concentra sobre ela sua capacidade crítica e, em um níveltão íntimo, isso tem resultados destrutivos para o relacionamento amoroso. O melhor para ele e para quem está ao seu lado é que se coloque o casamento ou a relação como uma amizade com objetivos comuns.Virgem sucumbe invariavelmente ante uma pessoa que lhe peça proteção e cuidados, o que oferece em grandes doses pedindo em troca só uma vida ordenada. Exige lealdade, não se importa se não existe demasiado ardor, maissim afeto e carinho, e por sua parte, sempre é fiel.Leva a sério o casamento e jamais ele termina o relacionamento.É muito provável que o amor surpreenda Virgem no lugar de trabalho, ao que se dedica em corpo e alma e admira os que o fazem.Como sabe muito bem o que quer e como o quer, seu lar será um reflexo dessa forma sua de ser que tanto o define: será uma casa prática, confortável, bem organizada onde nada precisará de utilidade.
Escorpião(24 de Outubro - 22 de Novembro) Todos os ativos de Escorpião são muito "sexys" e essa característica é por causa da regência planetária de Marte que lhes dota de uma fortíssima energia sexual que é captada, ainda seja inconscientemente, por todas as pessoas que se relacionam com eles. Isso não significa que todos os Escorpianos tenham que despertar desejos sexuais nos seus interlocutores, mas as emoções físicas desse nível se põem em atividade quando um destes nativos astrológicos anda pelo meio .No Zodíaco, cada signo está relacionado com uma arte do corpo humano e no caso de Escorpião essa correspondência se estabelece com os genitais. Esta associação dá um dado significativo sobre eles. Os genitais são uma parte do corpo que a maioria das civilizações esconde e são fonte de vida ou de morte. Da mesma forma, Escorpião é reservado e misterioso e uma das características que mais lhe definem é a intensidade do seu caráter. Tão grande é sua força que Escorpião pratica um autocontrole muito grande sobre seus instintos apesar do que os que nascem sob esta constelação encontram no intercâmbio sexual uma das suas melhores formas de expressar-se. Escorpião não tem vida "sentimental". O mais correto seria dizer que se trata de vida "passional". Para ele o amor não se entende se não se trata de uma paixão abrasadora que apaga todas as demais coisas ao seu redor. Exerce uma fascinação magnética que se percebe claramente nos seus olhos. Tem uma forma de olhar profundo e direto e certa qualidade aquosa no olhar que não entende de diplomacias e cortesias e parece meter-se no interior de quem é olhado. Como ama a tragédia acima de tudo, Escorpião se sente muito atraído pela combinação escalofriante do amor-morte. A sensualidade excessiva que lhes caracteriza muitas vezes tem bastante que a ver com o conceito de morte que tem e a sensação de que não querem perder um tempo precioso. É um maestro no sadomasoquismo, o amor misturado com o ódio, e seus excessos sensuais podem ir seguidos de períodos de completa abstinência que se entendem pela capacidade de autocontrole que possui A vida junto a Escorpião é difícil porque a sombra dos ciúmes está onipresente nas suas relações afetivas. Sua necessidade de possuir é inclusive maior que a dos signos de Terra (Touro, Virgem, Capricórnio) e isso lhe obsessiona tanto que acaba vendo amantes onde não existem. Pode chegar a ficar tão obsessivo com a idéia, que consegue romper relacionamentos afetivos nos quais seu cônjuge lhe era rigorosamente fiel. Não gosta do matrimonio porque não gosta de se sentir preso e não acredita demasiado nas convenções sociais e na maioria dos casos seus grandes amores sucedem fora da sua relação afetiva estável. Na realidade, para Escorpião é difícil chegar a um relacionamento duradouro porque são demasiadamente reservados. Este desejo por ser duros, impenetráveis e sentir-se protegidos, explica a fixação ao corpo na maneira de vestir. Escorpião, mais que outro signo, expressa sua sensualidade mediante a roupa e costuma preferir a cor preta e as formas provocativas.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
AS RAZÕES DO AMOR
Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : “A rosa não tem “porquês”. Ela floresce porque floresce.
”Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.
“Eu te amo porque te amo…” - sem razões… “Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo.” Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra.“Amor é estado de graça e com amor não se paga.”Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.
“Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários… Amor não se troca… Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo…”Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena…), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: “Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco.” O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?
Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar…Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor…
Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: “Que é que eu amo quando amo o meu Deus?” Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: “Que é que eu amo quando te amo?” Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, “o que amamos é sempre um símbolo”. Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.
Variações sobre a impossível pergunta:
“Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios… Como Narciso, fico diante dele… No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura… Por isto te amo, pelos peixes encantados…”(Cecília Meireles)
Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam. Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.
Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir.
Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo…”
Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. “O amor começa por uma metáfora”, diz Milan Kundera. “Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética.”
Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada…(Crônica publicada no “Correio Popular”, Campinas, em 14/05/92)
Rubem Alves (postado por tina
Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : “A rosa não tem “porquês”. Ela floresce porque floresce.
”Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.
“Eu te amo porque te amo…” - sem razões… “Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo.” Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra.“Amor é estado de graça e com amor não se paga.”Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.
“Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários… Amor não se troca… Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo…”Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena…), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: “Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco.” O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?
Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar…Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor…
Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: “Que é que eu amo quando amo o meu Deus?” Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: “Que é que eu amo quando te amo?” Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, “o que amamos é sempre um símbolo”. Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.
Variações sobre a impossível pergunta:
“Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios… Como Narciso, fico diante dele… No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura… Por isto te amo, pelos peixes encantados…”(Cecília Meireles)
Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam. Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.
Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir.
Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo…”
Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. “O amor começa por uma metáfora”, diz Milan Kundera. “Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética.”
Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada…(Crônica publicada no “Correio Popular”, Campinas, em 14/05/92)
Rubem Alves (postado por tina
terça-feira, 21 de abril de 2009
AOS APAIXONADOS
Dedico esta crônica aos apaixonados, mesmo sabendo que servirá para nada. É inútil falar aos apaixonados. Os apaixonados só ouvem poemas e canções. A paixão, experiência insuperável de prazer e alegria, pelo fato mesmo de ser uma experiência insuperável de prazer e alegria, coloca o apaixonado fora dos limites da razão. Todo apaixonado é tolo.
Pode ser que ele escute a fala da razão. Escuta mas não acredita. Diz ele: “O meu caso é diferente!” Tolo mesmo é quem tenta argumentar com os apaixonados.
Começo minha inútil meditação com um verso terrível de T. S. Eliot. Ele está rezando. Ele sabe que somente Deus tem poder para lidar com a loucura da paixão. Ele reza assim: “… e livra-me da dor da paixão não satisfeita, e da dor muito maior da paixão satisfeita.”
Todo mundo sabe que paixão não satisfeita dói. Mas poucos sabem que a paixão só existe se não for satisfeita. A paixão é um desejo de posse que, para existir, não pode se realizar.
Como a fome: depois do almoço a fome acaba…
Paixão é fome. Ela só floresce na ausência do objeto amado. Mais precisamente, ela vive da ausência do objeto amado. Não se trata de ausência física, o objeto amado distante, longe. A dor da ausência física tem o nome de saudade. Saudade tem cura. A saudade é curada quando o objeto volta. A dor da paixão é diferente. Não tem cura. A saudade do objeto amado, mesmo quando ele está presente, é o perfume característico da paixão.
Cassiano Ricardo sabia disso e escreveu: “Por que tenho saudade/ de você, no retrato, ainda que o mais recente?/ E por que um simples retrato,/ mais que você, me comove, se você mesma está presente?” Que coisa mais esquisita! Como pode ser isso? Como se pode sentir saudade de algo que está presente? A resposta é simples: a gente sente saudades de uma pessoa presente quando ela está se despedindo. Cecília Meireles, desenhando sua avô morta, a quem ela muito amava, disse: “Tu eras uma ausência que se demorava; uma despedida pronta a cumprir-se.” Dirão: “É natural, um dia ele possuirá o objeto da sua paixão.” Mas a “dor muito maior” da paixão satisfeita não tem mais esperanças. O objeto se desfez. Ela vive na tristeza do objeto perdido.
Escrevi uma estória sobre isso. A Menina era apaixonada pelo Pássaro Encantado. Mas ela sofria porque o Pássaro era livre. O Pássaro Encantado era sempre uma ausência que se demorava, uma despedida pronta a cumprir-se. O Pássaro lhe disse que era preciso que fosse assim, para que eles continuassem apaixonados. Ele sabia que a paixão são ama pássaros em vôo. Mas a Menina não acreditou. Prendeu-o numa gaiola.
Gaiola? Há as feitas com ferro e cadeados. Mas as mais sutis são feitas com desejos.
Esquisito o que vou dizer: a alma é uma biblioteca. Nela se encontram as estórias que amamos. “Romeu e Julieta”, “Abelardo e Heloísa”, “O paciente inglês”, “As pontes de Madison”, “Amor nos tempo do cólera”, “A menina e o pássaro encantado”. As estórias que amamos revelam a forma do nosso desejo. Delas, escolhemos uma. É a nossa gaiola.
Gaiola na mão, saímos pela vida à procura do nosso Pássaro. Quando imaginamos havê-lo encontrado - que felicidade! Ficará feliz em nossa gaiola. Será o amante da nossa estória de amor: eu pra você, você pra mim… Nós o colocamos lá dentro e pedimos que nos cante canções de amor.
Acontece que o Pássaro também tinha a sua estória. E era outra. Todo Pássaro deseja voar. Ele bate suas asas contra as grades, suas penas perdem as cores e o seu canto se transforma em choro. E, de repente, ele se transforma. Não mais ele possuirá o objeto da sua paixão. Mas a “dor muito maior” da paixão satisfeita não tem mais esperanças. O objeto se desfez. Ela vive na tristeza do objeto perdido.
Contada assim, a estória parece ter um vilão e uma vítima. A verdade é que os dois são vilões, os dois são vítimas. O desejo da gente é sempre engaiolar o outro e levá-lo pelos caminhos que são nossos. Isso vale para tudo: marido-mulher, pai-filha, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno… Não admira que Sartre tenha dito que “o inferno é o outro”.
Não haverá uma saída. Lembro-me de um pequeno poema de Pearls sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas:
“Eu sou eu.Você é você.Eu não estou nesse mundo para atender às suas expectativasE você não está nesse mundo para atender às minhas expectativas.Eu faço a minha coisa.Você faz a sua.E quando nos encontramosÉ muito bom.”
Rubem Alves (postado por tina)
Dedico esta crônica aos apaixonados, mesmo sabendo que servirá para nada. É inútil falar aos apaixonados. Os apaixonados só ouvem poemas e canções. A paixão, experiência insuperável de prazer e alegria, pelo fato mesmo de ser uma experiência insuperável de prazer e alegria, coloca o apaixonado fora dos limites da razão. Todo apaixonado é tolo.
Pode ser que ele escute a fala da razão. Escuta mas não acredita. Diz ele: “O meu caso é diferente!” Tolo mesmo é quem tenta argumentar com os apaixonados.
Começo minha inútil meditação com um verso terrível de T. S. Eliot. Ele está rezando. Ele sabe que somente Deus tem poder para lidar com a loucura da paixão. Ele reza assim: “… e livra-me da dor da paixão não satisfeita, e da dor muito maior da paixão satisfeita.”
Todo mundo sabe que paixão não satisfeita dói. Mas poucos sabem que a paixão só existe se não for satisfeita. A paixão é um desejo de posse que, para existir, não pode se realizar.
Como a fome: depois do almoço a fome acaba…
Paixão é fome. Ela só floresce na ausência do objeto amado. Mais precisamente, ela vive da ausência do objeto amado. Não se trata de ausência física, o objeto amado distante, longe. A dor da ausência física tem o nome de saudade. Saudade tem cura. A saudade é curada quando o objeto volta. A dor da paixão é diferente. Não tem cura. A saudade do objeto amado, mesmo quando ele está presente, é o perfume característico da paixão.
Cassiano Ricardo sabia disso e escreveu: “Por que tenho saudade/ de você, no retrato, ainda que o mais recente?/ E por que um simples retrato,/ mais que você, me comove, se você mesma está presente?” Que coisa mais esquisita! Como pode ser isso? Como se pode sentir saudade de algo que está presente? A resposta é simples: a gente sente saudades de uma pessoa presente quando ela está se despedindo. Cecília Meireles, desenhando sua avô morta, a quem ela muito amava, disse: “Tu eras uma ausência que se demorava; uma despedida pronta a cumprir-se.” Dirão: “É natural, um dia ele possuirá o objeto da sua paixão.” Mas a “dor muito maior” da paixão satisfeita não tem mais esperanças. O objeto se desfez. Ela vive na tristeza do objeto perdido.
Escrevi uma estória sobre isso. A Menina era apaixonada pelo Pássaro Encantado. Mas ela sofria porque o Pássaro era livre. O Pássaro Encantado era sempre uma ausência que se demorava, uma despedida pronta a cumprir-se. O Pássaro lhe disse que era preciso que fosse assim, para que eles continuassem apaixonados. Ele sabia que a paixão são ama pássaros em vôo. Mas a Menina não acreditou. Prendeu-o numa gaiola.
Gaiola? Há as feitas com ferro e cadeados. Mas as mais sutis são feitas com desejos.
Esquisito o que vou dizer: a alma é uma biblioteca. Nela se encontram as estórias que amamos. “Romeu e Julieta”, “Abelardo e Heloísa”, “O paciente inglês”, “As pontes de Madison”, “Amor nos tempo do cólera”, “A menina e o pássaro encantado”. As estórias que amamos revelam a forma do nosso desejo. Delas, escolhemos uma. É a nossa gaiola.
Gaiola na mão, saímos pela vida à procura do nosso Pássaro. Quando imaginamos havê-lo encontrado - que felicidade! Ficará feliz em nossa gaiola. Será o amante da nossa estória de amor: eu pra você, você pra mim… Nós o colocamos lá dentro e pedimos que nos cante canções de amor.
Acontece que o Pássaro também tinha a sua estória. E era outra. Todo Pássaro deseja voar. Ele bate suas asas contra as grades, suas penas perdem as cores e o seu canto se transforma em choro. E, de repente, ele se transforma. Não mais ele possuirá o objeto da sua paixão. Mas a “dor muito maior” da paixão satisfeita não tem mais esperanças. O objeto se desfez. Ela vive na tristeza do objeto perdido.
Contada assim, a estória parece ter um vilão e uma vítima. A verdade é que os dois são vilões, os dois são vítimas. O desejo da gente é sempre engaiolar o outro e levá-lo pelos caminhos que são nossos. Isso vale para tudo: marido-mulher, pai-filha, mãe-filho, patrão-empregado, professor-aluno… Não admira que Sartre tenha dito que “o inferno é o outro”.
Não haverá uma saída. Lembro-me de um pequeno poema de Pearls sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas:
“Eu sou eu.Você é você.Eu não estou nesse mundo para atender às suas expectativasE você não está nesse mundo para atender às minhas expectativas.Eu faço a minha coisa.Você faz a sua.E quando nos encontramosÉ muito bom.”
Rubem Alves (postado por tina)
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